segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Pela ponta esquerda


Há muito tempo alguém me disse que "você é o futuro do país". Pois bem, minha geração chega ao ponto de ser o presente da politica nacional. Não vou dizer meus votos, mas quem me conhece sabe que minha opção não é a Dilma, nem o Serra, tão pouco a Marina.

O que me assusta são pessoas da minha idade, 24 anos, e até menos, com um pensamento altamente conservador, não digo a direita, digo de conservadorismo mesmo. Um bando de garotos pós beatnik, geração hippie, pós Gandhi, Luther King, guerra do Vietña, pós ditadura, diretas já, Collor e principalmente e mais recente a todos, pós Bush e Iraque.

Vibro quando vejo alguém de 20 anos criticando o governo Aécio ou o governo Lula, afirmando sua voz contra Chavez ou até Obama. Interesse por alguma coisa.

Mas há pessoas dessa mesma patota que levantam a voz, achando a coisa mais natural, dizer frases como "sou contra o casamento gay" ou "não aguento esses projetos sociais, altamente assistencialistas que dão 100 reais pra alguém não fazer nada".

Nem minha avó pensa mais assim. "Claro que eu quero pagar por um médico melhor, o governo não dá conta de nada" ou "isso dá certo lá no Canadá, aqui no Brasil só tem safado, as coisas não funcionam assim". Mas os mesmos caras pálidas que dizem isto esquecem que também são brasileiros.

Não sei quem está certo, mas me assusta a falta de confiança em algumas instituições, o que me assusta mais é a falta de vontade para mudar isso. "Tá ruim assim, sei que não vai melhorar nunca". São coisas que escuto hoje, como são coisas que meu avô escutava quando via o fazendeiro da sua cidade ficando rico e o resto da cidade mastigando poeira, quando "só filho de papai entra em faculdade, esquece". Todos sabem que isso mudou e eu espero que em algum momento as instituições que devem funcionar, funcionem. Dessistir nunca foi uma coisa muito positiva.

Mas só para lembrar alguns, Zumbi estava a esquerda dos seus senhores, como Gandhi dos ingleses, Martim Lutero do Vaticano, Mandela do apartheid e até Cristo dos romanos, por algum motivo a ultrapassagem é feita pela esquerda e por algum motivo o coração se localiza na parte esquerda do seu corpo.

Estar a esquerda não é ser do PT, do PSTU, ser fã de Che Guevara ou carregar Marx embaixo do braço. Estar a esquerda é simplesmente pensar em alguém que está do seu lado, a sua esquerda.

Que se lasque o partido que você pretende votar, mas Deus, há gente pra ser elegido que pensa como parte da mocidade de hoje (que pensa como a mocidade do Brasil Colônia). O presente sempre olhou para o passado pra escrever sua história, pena que meus contemporâneos escolham a pior parte dessa história. É lá vamos nós, voltar talvez, para velhos tabus. Quem sabe essa geração colorida, num futuro próximo, escolha melhor suas cores.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Buenos Aires em vídeo


terça-feira, 7 de setembro de 2010

Que és eso?

Perdão a falta de luz em alguns lances, mas máquina era pra lá de amadora.



sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Punta del este, Montevideo e a Chuva

Hola,

A palavra mais utilizada por Kepler nas suas conversas em espanhol para abrir este post.

O balneario mais caro, mais chic e cheio de pompa da América do Sul. Punta del este, abrigo de vários magnatas deste continente, mas durante o verão. E quem procuraria uma praia no inverno logo abaixo do trópico de capricórnio? Mineiros é lógico.

Sim, a cidade estava um gelo, chegamos com chuva e um vento que vinha com remetente da Patâgonia e sem fazer escala em montanha alguma. Frio, muito frio. A noite da chegada deu para perceber que a cidade não negava a fama e deixava seu cheiro de Miami pelo ar.

O hotel e cassino Conrad, faz qualquer classe média brasileiro metido a besta se sentir um mosquito dentro da economia mundial. Luzes por todos os cantos e lados, e, claro, as lojas daqui seguem o padrão Tiffany e CO e Channel pra lá.

Durante o dia um pouco de sorte jà que não havia chuva, deu pra fazer as caminhadas feitas durante o verão, mas evidente que sem tocar a água e sem esbarrar em várias pessoas (a cidade estava praticamente deserta). Mas claro que o ponto alto por aqui foi a já famosa Casa Pueblo, resumo dizendo que não a muito o dizer, assim que as fotos forem postadas vocês me entenderão. Uma obra de arte habitada, ou uma casa museu, ainda não sei defini-la.

Agora, de volta a Montevideo. A educação uruguaia continua nos impressionando, são de uma cordialidade e gentileza que deixaria qualquer mãe católica envaidecida. Por aqui a chuva também nos acompanha, foi o dia de caminhar pela principal avenida e conhecer o tão aclamado estádio centenário e seu museu, que claro, vinha com um senhor-guia pra lá de simpático. A venda adesivos cruzeirenses, atléticanos, evidente que não...

O teatro Solis, outra coisa pomposa, magnifica no meio da rua em que está. Mais uma vez a cordialidade daqui. A noite uma tìpica parrillada feita pela Albergue.

Até amanhã