quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Próxima Estácion: Sudamerica



No último natal recebi como presente um guia sobre o nordeste brasileiro, dentro havia um cartão que dizia, já escolhi o local das nossas próximas férias. Marcado estava Itacaré, na Bahia.

Um ano depois, o guia ainda existe, as férias também. O destino não. Depois que consegui marcar as justas férias para janeiro (coisa que não acontecia desde os tempos de escola), fiquei ali. Pra onde ir agora? remarcar a coisa? Pra que né? Sempre aparece alguém disposto a bater perna por aí. A convite de um amigo parte o roteiro. "A gente vai pra Assunção e volta de Santiago", o percurso você resolve.

Os planos de bolso até fins de janeiro serão sobre o que estará acontecendo comigo em algum canto latino. Provavelmente, a gente deve sair de Assunção para o norte da Argentina nas regiões de Salta e Jujuy, entrar na Bolívia por Villazon com destino ao deserto de sal do Uyuni, atravessar a fronteira com Chile pelo Atacama e descer até a chegada em Santiago, provavelmente.

Seguir a meta de ver com seus olhos, pisar com seus pés e sentir na pele da cara. Temperaturas com variações de -5°C a 35°C, passeatas estudantis no Chile. Não haverá Itacaré, mas um grande oceano pacífico pra gente.

Que a terra não trema, que o mar não levante e que vulcões não gritem. Caminhar!

Feliz 2012! Coloquem um plano no bolso e caminhem com a gente. 

Até a primeira parada, Assunção!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Nem doce, nem azedo, eu tô mexerica

Quem disse que princesas não fazem cocô

Há três anos nascia a Lis (a menininha da foto acima), filha de dois amigos, Lorena e Samuel. Mas não se sabe ao certo, se, as crianças de hoje nascem sabendo ou se são anões mesmo.

Com a cantineira da escola, Lis conversa:

- Oi Lis! tudo bom você? Como tá hoje, doce que nem açúcar ou azeda que nem limão ?

- Tô mais ou menos, "tô qui nem" mexerica.

Como essa menina já sabe o que é agridoce?

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Belo Horizonte, uma cidadezinhona



114 anos. A terceira maior área metropolitana do Brasil, a sexta da América Latina. O que faz então Beagá ter ares interioranos, fazer o povo andar tranquilo na rua quando o trem do trânsito pega fogo? O que leva uma cidade com mais de dois milhões e meio de habitantes (quase seis milhões contando arredores), ter vendedor de queijo, pão e panela de pedra nas ruas?

Hoje Belo Horizonte faz 114 anos, talvez a resposta esteja aí. Por acaso você conhece três gerações de Belorizontinos? filho, pai e avó? Meus pais são do interior, os seus provavelmente, ou você deve ter vindo estudar por aqui há pouco tempo e também não leva Belo Horizonte na certidão de nascimento.

Tá certo, você pode ter nascido aqui, seus pais também, mas seus avós, eu duvido! O tempo de vida de Belo Horizonte ainda não proporcionou tal proeza. E você que veio daquela cidadezinha que todo amigo seu gosta de conhecer, porque parece a cidadezinha dele ou dos pais dele, está aqui em Beagá. Várias pessoas de várias cidades menores que fazem de Belo Horizonte uma "cidadezinnhona".

Andar quieto na rua, conversar gritando como se o quarteirão fosse seu, comprar cerveja, gilete, pilha, "masdetomate", alho, linguiça da roça, tudo no mesmo lugar ou pedir pra usar o banheiro de alguém que nunca viu. São coisas puramente normais pra quem veio habitar Belo Horizonte que com pouco mais de cem anos, faz tudo isso parecer rotineiro por aqui. A gente tem cara de interior, porque a gente é do interior (as raízes, estão ali, na sala de casa) você até pode descender de italianos ou portugueses. Certamente eles são do interior da Itália ou de Portugal.

E que as futuras gerações fiquem marcadas como a nossa, que Beagá seja metrópole só nos prédios.

Porque a identidade de Belo Horizonte é essa, ser familiar para qualquer um.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Com o punho fechado e braço erguido Sócrates



Não, realmente não gosto do Corinthians. Não me simpatizo nem um pouco com a tentativa de ser formar a imagem de que um clube seja mais popular, mais brasileiro que outro, dentro do pedaço de terra que deu forma, jeito e traço ao esporte mais popular do mundo.

Claro que neste fim de semana o quinto título brasileiro vencido em São Paulo, tão pouco fez diferença pra mim. Meus olhos, cabeça, mãos e pés, estavam todos voltados para Sete Lagoas. Só não esperava gritar gol por seis vezes.

Mas não é do clássico mineiro, nem o titulo corintiano. Você pode não apoiar o apelo massivo da imprensa a clubes como esse, mas o Sócrates. Desse não tem como desgostar. Nunca vi jogar, mas assistir um "jogador de bola" comentando na rede cultura, ao lado do Xico Sá, no mínimo, causa simpatia.

Ver um "boleiro" (daqueles mesmos, com a cerveja no copo, que parece jogar bola só por jogar) escrever na Carta Capital, criticando mídia, CBF e política, me causa quase um sentimento de amizade. Assistir um jogador de futebol, profissional tão criticado por não fazer ações "dignas", ir as ruas pedir por diretas já, faz parecer que Sócrates é um cara da sua turma, desses que você liga no fim da tarde pra um chopp ou café.

Fico triste com a morte do Magrão, como os mais velhos o chamavam (posso falar isto pois sou de 1986). Jogador que tornou ex-jogador como poucos, talvez só Tostão como ele aqui. Mas fico menos cabisbaixo ao ler uma frase dele de 1983. "Quero morrer em um domingo, com o Corinthians campeão". Infelizmente ou não ele conseguiu.

Braço erguido. Vai lá Doutor. Talvez a gente nunca vença a copa de 82 agora!