quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Próxima Estácion: Sudamerica



No último natal recebi como presente um guia sobre o nordeste brasileiro, dentro havia um cartão que dizia, já escolhi o local das nossas próximas férias. Marcado estava Itacaré, na Bahia.

Um ano depois, o guia ainda existe, as férias também. O destino não. Depois que consegui marcar as justas férias para janeiro (coisa que não acontecia desde os tempos de escola), fiquei ali. Pra onde ir agora? remarcar a coisa? Pra que né? Sempre aparece alguém disposto a bater perna por aí. A convite de um amigo parte o roteiro. "A gente vai pra Assunção e volta de Santiago", o percurso você resolve.

Os planos de bolso até fins de janeiro serão sobre o que estará acontecendo comigo em algum canto latino. Provavelmente, a gente deve sair de Assunção para o norte da Argentina nas regiões de Salta e Jujuy, entrar na Bolívia por Villazon com destino ao deserto de sal do Uyuni, atravessar a fronteira com Chile pelo Atacama e descer até a chegada em Santiago, provavelmente.

Seguir a meta de ver com seus olhos, pisar com seus pés e sentir na pele da cara. Temperaturas com variações de -5°C a 35°C, passeatas estudantis no Chile. Não haverá Itacaré, mas um grande oceano pacífico pra gente.

Que a terra não trema, que o mar não levante e que vulcões não gritem. Caminhar!

Feliz 2012! Coloquem um plano no bolso e caminhem com a gente. 

Até a primeira parada, Assunção!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Nem doce, nem azedo, eu tô mexerica

Quem disse que princesas não fazem cocô

Há três anos nascia a Lis (a menininha da foto acima), filha de dois amigos, Lorena e Samuel. Mas não se sabe ao certo, se, as crianças de hoje nascem sabendo ou se são anões mesmo.

Com a cantineira da escola, Lis conversa:

- Oi Lis! tudo bom você? Como tá hoje, doce que nem açúcar ou azeda que nem limão ?

- Tô mais ou menos, "tô qui nem" mexerica.

Como essa menina já sabe o que é agridoce?

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Belo Horizonte, uma cidadezinhona



114 anos. A terceira maior área metropolitana do Brasil, a sexta da América Latina. O que faz então Beagá ter ares interioranos, fazer o povo andar tranquilo na rua quando o trem do trânsito pega fogo? O que leva uma cidade com mais de dois milhões e meio de habitantes (quase seis milhões contando arredores), ter vendedor de queijo, pão e panela de pedra nas ruas?

Hoje Belo Horizonte faz 114 anos, talvez a resposta esteja aí. Por acaso você conhece três gerações de Belorizontinos? filho, pai e avó? Meus pais são do interior, os seus provavelmente, ou você deve ter vindo estudar por aqui há pouco tempo e também não leva Belo Horizonte na certidão de nascimento.

Tá certo, você pode ter nascido aqui, seus pais também, mas seus avós, eu duvido! O tempo de vida de Belo Horizonte ainda não proporcionou tal proeza. E você que veio daquela cidadezinha que todo amigo seu gosta de conhecer, porque parece a cidadezinha dele ou dos pais dele, está aqui em Beagá. Várias pessoas de várias cidades menores que fazem de Belo Horizonte uma "cidadezinnhona".

Andar quieto na rua, conversar gritando como se o quarteirão fosse seu, comprar cerveja, gilete, pilha, "masdetomate", alho, linguiça da roça, tudo no mesmo lugar ou pedir pra usar o banheiro de alguém que nunca viu. São coisas puramente normais pra quem veio habitar Belo Horizonte que com pouco mais de cem anos, faz tudo isso parecer rotineiro por aqui. A gente tem cara de interior, porque a gente é do interior (as raízes, estão ali, na sala de casa) você até pode descender de italianos ou portugueses. Certamente eles são do interior da Itália ou de Portugal.

E que as futuras gerações fiquem marcadas como a nossa, que Beagá seja metrópole só nos prédios.

Porque a identidade de Belo Horizonte é essa, ser familiar para qualquer um.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Com o punho fechado e braço erguido Sócrates



Não, realmente não gosto do Corinthians. Não me simpatizo nem um pouco com a tentativa de ser formar a imagem de que um clube seja mais popular, mais brasileiro que outro, dentro do pedaço de terra que deu forma, jeito e traço ao esporte mais popular do mundo.

Claro que neste fim de semana o quinto título brasileiro vencido em São Paulo, tão pouco fez diferença pra mim. Meus olhos, cabeça, mãos e pés, estavam todos voltados para Sete Lagoas. Só não esperava gritar gol por seis vezes.

Mas não é do clássico mineiro, nem o titulo corintiano. Você pode não apoiar o apelo massivo da imprensa a clubes como esse, mas o Sócrates. Desse não tem como desgostar. Nunca vi jogar, mas assistir um "jogador de bola" comentando na rede cultura, ao lado do Xico Sá, no mínimo, causa simpatia.

Ver um "boleiro" (daqueles mesmos, com a cerveja no copo, que parece jogar bola só por jogar) escrever na Carta Capital, criticando mídia, CBF e política, me causa quase um sentimento de amizade. Assistir um jogador de futebol, profissional tão criticado por não fazer ações "dignas", ir as ruas pedir por diretas já, faz parecer que Sócrates é um cara da sua turma, desses que você liga no fim da tarde pra um chopp ou café.

Fico triste com a morte do Magrão, como os mais velhos o chamavam (posso falar isto pois sou de 1986). Jogador que tornou ex-jogador como poucos, talvez só Tostão como ele aqui. Mas fico menos cabisbaixo ao ler uma frase dele de 1983. "Quero morrer em um domingo, com o Corinthians campeão". Infelizmente ou não ele conseguiu.

Braço erguido. Vai lá Doutor. Talvez a gente nunca vença a copa de 82 agora!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Era pra ser só um noivado



Em 1982 (ou 1983?), meus pais tiveram a fantástica ideia de ficarem noivos com todos os rituais possíveis de uma família do interior. Minha mãe ainda morava na escondida Divino das Laranjeiras, próxima a Governador Valadares, meu pai em Belo Horizonte.

Claro, a família do lado paterno foi em bando para a cidade da família materna, com toda a cortesia, foram recebidos e hospedados. Só não sabiam que seria cortesia demais. E se tratando de Minas Gerais, a cachaça, tinha sim senhor e os efeitos dela também.

Meu pai, com toda responsabilidade de ser o genro e o filho a se casar, ficou ali como o futuro marido que toda mulher espera. Isto não se aplicava aos seus irmãos, convidados, futuros cunhados que só esperavam o momento da rolha estourar.

Depois da festa e das alianças, o caminho normal de um fim de festa é a cama. Mas como quem bebe muito a bexiga acusa, um desses tios precisava de um banheiro. Nada demais, a não ser pelo fato da localização. Meu tio que ainda guardava os efeitos daquilo que tinha ingerido, se enganou por um segundo e entrou no quarto dos meus avós (pais da minha mãe).

É! Realmente a porta de um guarda roupa é bem parecida com a porta de um banheiro e travesseiros e cobertores são idênticos a um vaso sanitário (e como será que ele não sentiu falta do barulhinho na água, na hora que começou a aliviar?).

E porque, porque ele confundiu a cama da minha vó com a cama dele, e porque ele pensou que minha vó era a esposa dele e como depois de abraçar, enroscar as pernas nela, ele não viu, deitadinho do seu lado, quem? O meu avô!

Meu pai foi acordado, meu tio retirado (até hoje não acredita nas coisas que fez) e o casamento aconteceu. Nada como um belo cartão de visitas para testar uma família inteira.

O que tem que ser, é, mesmo com cobertas urinadas!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Lê pra mim



13h30, sem almoço, dois telefones, 15 e-mails a responder, celular tocando, uma pessoa em minha frente esperando sua vez de falar.

No compasso de quem só pensa no que vai comer, fui dispensando um por um, até que no meio desse processo, na hora que já pensava só no quilo do prato, aparece mais uma pessoa. Em frente ao meu trabalho existe um estacionamento de motos (desses de rua), onde sempre existe alguém para vigiá-las (o famoso flanelinha).

Como alguém que acaba de sair da rua e sem regular o volume da voz, para na minha frente e berra.
- Olha pra mim aqui!
- Calma Neto (o flanelinha), tô cheio de coisa.
- É rápido menino
- Que que é?
- O celular aqui
(Penso na hora, deve ser pra destravar, configurar, sei lá)

Quando olho tudo bonitinho, nada de diferente, só uma mensagem nova.
- Porra Neto, só é uma mensagem.
- Eu sei, sô
- Então
- Uai, lê aqui pra mim.
- Merda Neto, tá fazendo hora comigo, vou almoçar, lê aí, sabe ler não?
(Pausa)
- Sei não.
(Dois tapas de cada lado na minha cara, um sujeito que eu via todo dia, dizia oi, dava café, fazia as contas das moedas, velho de guerra e não sabia ler).
- Se eu soubesse não ia te pedir (risos)
(e outro tapa na cara).

Já meio sem graça, peguei o aparelho e fiz questão de ler todas as 14 mensagens não lidas.
- Neto, é o seguinte essa diz, "Você recebeu ligações", a outra "Você recebeu ligações" e as outras 12 também dizem "você recebeu ligações".
- Poxa peguei uma mulher ontem no forró, ela falou que ia mandar mensagem.
- É, ainda não chegou.
- Valeu então, André.

(P.S: Horas depois a tal mensagem chegou, o encontro foi marcado).

Todos felizes, exceto pelo fato de problemas como este, não digo analfabeto funcional, falo analfabetismo mesmo, estarem ali. Na nossa porta. 

Cuidado com as respostas, mesmo na hora da fome.

domingo, 13 de novembro de 2011

Para quando o Valentin aprender a ler



Pra quem não sabe, um grande casal de amigos está há duas semanas de receberem o Valentin, o primeiro filho deles. Abaixo é uma carta pra daqui há alguns anos, se ele quiser.

Belo Horizonte, 13 de novembro de 2011

E aí rapaz? Tudo bem? Na verdade nem posso garantir que me conheça. Talvez eu seja esse cara chato que está toda semana na sua casa, que você anda cansado de ver. Como posso ter mudado, trabalhar em outra cidade, ou morto, não sei. Caso contrário, saiba que sou o André, um grande amigo dos seus "velhos", amigo de escola do seu pai, tipo você com seus colegas de colégio.

Primeiro. Já lavou o rosto e escovou os dentes, Valentin? Você não vai querer sua mãe gritando pela quarta vez a mesma coisa, vai? Então corre lá. Talvez você não entenda nada do que eu vou escrever agora, pode guardar pra mais tarde se quiser.

Você pode estar com sete, dez ou vinte anos agora. Mas já pensou no que vai ser quando crescer, Valentin? Perto dos dez anos eu queria ser praticamente tudo, mas o que mais queria mesmo era ser arqueólogo. Sabe esses caras que ficam caçando o que praticamente não existe mais, coisas antigas e ficam em buracos cavando qualquer terrinha, pois é.

Na época em que tinha que escolher alguma coisa não tinha arqueologia. De vez enquanto sinto muita falta de não ter feito isso, hoje faço um monte de viagem biruta, ás vezes pra suprir o que eu queria ser quando crescesse. Mas adoro o que eu faço hoje, tipo escrever isso pra você. Mas se já sabe o que quer ser, astronauta, jogador de futebol ou cientista. SEJA! Dá seu jeito!

Algumas pessoas vão ficar próximas, outras infelizmente vão te desapontar. Você pode estar no primário ou na faculdade. Você vai se apaixonar garoto. Vai esconder da sua mãe, talvez fale com seu pai, mas certamente vai dizer ao seu melhor amigo. Mas essa paixão também vai acabar, o mundo vai acabar, mas a gente sabe que o mundo demora muito pra acabar de verdade (obs: isso pode acontecer mais de uma vez, ou não).

E o mais importante, acredita que muita gente tem medo ter filhos? A maioria acha um absurdo colocar mais uma pessoa num mundo caótico como o nosso, acham que as coisas não tem jeito, desistem no menor esforço.

Mas Valentin, pouco antes de você nascer, seus pais e quase todos os amigos deles pensavam diferente. Queriam outro mundo, claro. Mas não tinham medo, precisavam de algo novo pra ontem. E seus pais não tiveram opção, tinha que ser melhor agora, porque aquele mundo que era nosso, é seu também.

Então não se assuste, mas melhorá-lo agora é seu trabalho também. Os esforços dos seus pais não são apenas pra te agradar, mas para que você seja capaz de fazer o que a gente tenta todo dia. Transformar! Acho que não estamos fazendo um bom trabalho, mas confiamos em você. Ajuda a gente?

(Valentin também pode ser Leonardo, Bruno, Bernardo, João, Claudia, Letícia, Ana ou o nome que você quiser)

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A água do Homem Americano


Há muito tempo, um amigo pediu que eu fizesse uma letra baseada no vídeo abaixo. Revirando alguns arquivos encontrei o texto. Vai o vídeo, vai a letra.




A água do homem americano


O sol brilhava onde tudo começou, seria mágoa?
Entre os rios tigres e Eufrates
Meninos corriam atrás de água

Água pra beber, pra molhar a terra
Terra que resseca
Que é marcada pelos pés e pelas mãos
Que marca as rodas do tanque, do caminhão

Corre menino, corre moleque
Aventura-se e se atreve
Corra e faça os planos
Da água do homem americano

O homem americano que veio te salvar
Que veio te libertar e veio te humilhar
Eu só quero um gole d água
O resto deixa pra lá, o resto deixa pra cá

Os tiros não tiram esses tanques daqui
As bombas não tiram esses homens daqui
Mas meninos correndo sim
Meninos tirem esses homens daqui

terça-feira, 8 de novembro de 2011

(re)Ativando


Quase quatro meses. Sim, muitas coisas aconteceram. Mas vamos como se nunca tivesse deixado esse plano de  lado. Nada demais, não vou falar da USP, tampouco do quase rebaixamento do Cruzeiro.

No mês passado resolvi visitar uns amigos no Paraná. Estava literalmente entrando em uma arapuca (calma, arapuca é o nome da republica de um amigo, de Maringá). As vezes é necessário apenas se deixar levar. Há alguns anos, estudantes de psicologia estavam em Belo Horizonte, perdidos. Como bons mineiros eu e um amigo atendemos, indicamos e acompanhamos este grupo durante dois dias pela terra do pão de queijo.

Depois disso a facilidade do contato de todas as redes sociais ajudaram que as falas não fossem perdidas. Por essas ocasiões que quase ninguém consegue explicar, um grande amigo daqui foi se aventurar nas terras de lá, abaixo do trópico de capricórnio. Talvez fosse o estímulo que faltava.

Não hesitei, de repente pousava no aeroporto de Maringá, pessoas que praticamente não vi, mas que de início (depois confirmado) a afinidade deixava a distância pra lá. Não vou relatar fato por fato. Mas a semana, sim, pra lá de agradável. Maringá e Cascavel se estendeu a Foz, Puerto Iguazu-ARG e Ciudad del este-PAR.

Voltei repaginado como na música de Bituca "aquele homem que eu era voltou". As vezes é preciso se perder um pouco pra se encontrar. Mas o mais certo, é preciso tentar, se dispor, querer, vivenciar. As coisas podem acontecer em qualquer lugar, há qualquer momento, como amizades que se mantém a distância ou amizades que começam assim, apenas com uma informação, a rua é logo ali. Mas o logo ali é sempre, sempre de mineiro.

Lembrei de todos os amigos que consegui ao longo da curtíssima vida que tenho, mas é certo. Amizade de fato é uma forma superior de amor.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Lista de canções pra esquentar colchões, seja pra dormir ou não



Reservo para mim as surpresas, encontros, desencontros e ações dos dias dos namorados. Mas segue a minha sugestão de músicas pra passar a dois, seja aniversário, dia dos namorados, da árvore ou apenas para chamar o sono.

Sim, essas músicas foram utilizadas e não, não sei o que ela está ouvindo agora. A ordem do set-list foi aleatória e alguns artistas se repetem porque fui pinçando do meu pc, por acaso (ou não)e  por intuição, clichês ou não. Ciquenta e oito canções, uma boa ideia mais sete ou mais quantas você quiser

1 - New York, New York - Ryan Adams
2 - Mistério do Planeta - Novos Baianos
3 - Something - The Beatles
4 - She Talks to Angels - Black Crowes
5 - The Girl From Ipanema - João Gilberto/Getz
6 - The Golden Age - Beck
7 - Shine a Light - Rolling Stones
8 - Whats Going On - Marvin Gaye
9 - Adeus - Móveis Coloniais de Acaju
10 - Drowning In My Own Tears - Stevie Wonder
11 - No Expectations - Rolling Stones
12 - Heaven Is 10 Zillion Light Years Away - Stevie Wonder
13 - Sonnet - The Verve
14 - Answering Bell - Ryan Adams
15 - I Never Loved A Man (The Way I Love You) - Aretha Franklin
16 - O Tempo - Móveis Coloniais de Acaju
17 - Transoceanica - Jorge Drexler
18 - Soul Serenade - Aretha Franklin
19 - Alisson - Elvis Costello
20 - Rescue Blues - Ryan Adams
21 - Amado - Vanessa da Mata
22 - Bello Abril - Fito Paez
23 - Só Danço Samba - Gilberto/Getz
24 - Somehow, Someday - Ryan Adams
25 - Lagrimas Negras - Otto
26 - Big Brother - Stevie Wonder
27 - Dr. Feelgood (Love Is A Serious Business) - Aretha Franklin
28 - When The Stars Go Blue - Ryan Adams
29 -Oh Nena - Fito Paez
30 - Space and Time - The Verve
31 - Saudade - Otto
32 - Lento - Julieta Venegas
34 - Sylvia Plath - Ryan Adams
35 - For no one - The Beatles
36 - Sweestest Things - U2
37 - Galapogos - Smashing Pumpkins
38 - Maybe I´m Amazed - Paul Mccartney
39 - Cinco Minutos - Jorge Ben Jor
40 - Ship In a Bottle - Beck
41 - Los restos de nuestro amor - Fito Paez
42 - Me Voy - Julieta Venegas
43 - Vagalume - Affonsinho
44 - Amor de Loca Juventud - Buena Vista Social Club
45 - Quelqu'un m'a dit - Carla Bruni
46 - Saudades da Preta - Clube do Balanço
47 - Golden Slumbers - The Beatles
48 - Mojo Pin - Jeff Buckley
49 - Grace - Jeff Buckley
50 - Last Goodbye - Jeff Buckley
51 - So Real - Jeff Buckley
52 - Hallelujah - Jeff Buckley
53 - Lover, You Should've Come Over - Jeff Buckley
54 - Corpus Christi Carol - Jeff Buckley
55 - Al otro lado del río - Jorge Drexler
56 - Limon y Sal - Julieta Venegas
57 - Minha Flor, Meu Bebê - Cazuza
58 - My Love - Paul Mccartney

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O jogo dos erros



Erros.

Constantes e permanentes.

Creio que em pessoas normais ou pelo menos em mim isso aconteça. Sim, as vezes tenho uma facilidade incrível para assumir as culpas, quase sempre quando parte dos meus atos prejudicam alguém.

E sim, tenho uma defeito sério, se algo me prejudica, demoro a aceitar que alguma coisa feita por mim possa ter me prejudicado. É algo estranho, avacalhar com a gente mesmo, as vezes acontece. As vezes realmente por alguma ação sua, direta ou indireta.

A partir de hoje começo a tentar a ver todos os planos no bolso, tentar enxergar todas as minhas ações em plano aberto, se isso for possível. Isentar-se de algum verbo seu, para tentar achar as razões exatas daquilo.

As vezes é fácil perceber que você não é perfeito, mas é necessário enxergar que os outros também não são.

sábado, 28 de maio de 2011

O mundo não pode acabar


Salvador Dali



O mundo não pode acabar

Pegue carona nessa onda
Deixe que a maré te leve
Abra os braços sobre o mar
Porque eu não sei nadar

Deixe o vento sob o rosto
Leve e os cabelos soltos
Mãos e nuvens a desenhar
Porque também não sei voar

Sinta a terra entre os dedos
Pelos pés pisando cedo
Marcas de barro seco
Porque talvez eu possa andar

Faça de tudo um pouco
Deixe o seu sorriso morno
Os lábios entreabertos
Porque a boca pode esquentar

Não fique longe nem um metro
Talvez não esteja certo
Mas com você do meu lado
O mundo não pode acabar


Porque eu não sei nadar
Porque também não sei voar
Mas talvez eu possa andar
E a sua boca esquentar
E o mundo não vai acabar

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Hoje é o dia da alegria



Hoje é o dia da alegria
Veja como o tempo anuncia
Temporais / sopros de memória
Escrevendo nossa historia
Sentados no passeio
Dizendo ao mundo inteiro

Que hoje é o dia da alegria
Olhe bem, a nuvem aproxima
Arranha-céus cor de lua chumbo
O sol lá na varanda
Batendo no telhado
Mostrando a sombra da ciranda

Hoje é o dia da alegria
Fale mais do frio dessa tarde
Azulejos de casa pequena
Que esquentam e esfriam quando pensa
Mas que alegram o olhar
E cada pé a passear

Hoje é o dia da alegria
Veja como o tempo anuncia
Olhe bem, a nuvem aproxima
Temporais / sopros de memória
Escrevendo a nossa historia

sábado, 21 de maio de 2011

A Banda mais bonita da cidade

Não sei se foi o frio de Belo Horizonte, o mês de maio, mas recebi nessa semana um link de uma amiga com o clipe de oração, música da banda paranaense "a banda mais bonita da cidade" que me deixou um pouco, digamos, comovido. Sim, a música é pra lá de bonitinha e filmagens em plana sequencia sempre me deixam mais comovidos, vá saber.

Realmente o clipe é muito bom, lembra aquele do Beirut, "Nantes" e até o pedido de casamento feito para Diana no Chat Roulette. Seguem os três links abaixo. Coisas boas sempre são bem vindas. Na ordem




segunda-feira, 25 de abril de 2011

No tempo em que eu ia em Micareta


Recordando coisas de um tempo quase inimaginável (coisas da época do Tchaco Eu tô em cima, eu tô embaixo) e de quando eu queria ser como todo mundo.

Existe uma coisa péssima na cultura pré-adolescente de Belo Horizonte. Todo mundo sabe que por aqui não há praia, mas a gente, mineiro, esquece disso.

Então porque não recriar o ambiente dos mares nunca antes navegados por aqui? A idéia até não seria má se em Belo Horizonte não tentassem recriar o carnaval de Salvador. E não é pela rua como quase todo lugar do mundo faz, é no meio de um estádio mesmo. Você entra pensando num concerto de Rock e de repente "Levante as mãos pra cima, pros orixás..."

Lá pelos meus 14 anos resolvi encarar tal investida (Deus é prova que tentei mais duas vezes, mas não deu). O hoje Axé Brasil ainda era Axé Lider. Ainda não exista abadás. Fui com um amigo, o Kepler com o único objetivo de conseguir o máximo de meninas possíveis (imagino que as micaretas de hoje ainda seguem os mesmos padrões ou será que aquele povo realmente vai pra dançar a dança do vampiro ou coisa e tal?).

A gente ia até bem, até que no intervalo entre os shows, em conversa com duas meninas vem a história:

- Prazer André, prazer Kepler
-Oi André, oi, não entendi seu nome
- É Kepler.
-Como?
- KEPLER
- Desculpa tá barulho não tô ouvindo
- K-E-P-L-E-R
- (risos), desculpa realmente não tô conseguindo entender.
- Kepler mulher.
- Como?
- Meu nome é J-O-Ã-O, falou ele sem paciência
- Ah, acredita que eu tinha entendido Kepler!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Destinatário: Matheus e Monalisa


Faz um tempo, um grande amigo meu, viu sua primeira filhinha nascer e ficou bobo. Bobo, como um dos meus melhores amigos ficou ontem ao ouvir da sua "namorida" que dentro dela havia um pedaço dele.

Claro que nas duas situações imaginei como seria a minha reação.Escrevi o texto abaixo, que claro, desta vez dedico aos papais do ano Matheus Teixeira e Monalisa, a mulher que literalmente tem dois corações batendo no corpo.


Ponha um por-do-sol
atrás daquele horizonte
chame-me pra passear
pé ante pé sobre a ponte
de mãos dadas me deixa balançar

eu sou aquele que vem vindo
atrás do monte
rouja suja e flor na mão pra te entregar
olhe pra mim, deixa eu enxergar seu rosto
quero ser o primeiro a te observar

você no meu colo, segurança, um posto
continuidade de pele pra completar
Eu só preciso de um riso, um sorriso, um olhar
pra me deitar, para dormir bem
até a hora de você me acordar

com um choro, um resmungo meu nenem
nana, nana, nana nenem
papai tá aqui, nada te faz mal meu bem.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Homenagem a Mulher

 Carlos Páez Vilaró
 
No ano passado tive a felicidade de passar por terras uruguaias e nas bandas mais ao sul do nosso sul, estava a Casa Pueblo, uma obra de arte habitável e transformada em hotel pelo artista plástico e também uruguaio Carlos Paez Vilaró, o texto abaixo em homenagem a mulher também é dele, amigo de quem gostava e como das damas donas dos XX, Vinicius de Morais e Pablo Picasso.
 
 
Homenaje a la Mujer
 
Si Casapueblo en mi homenaje al sol, es también mi ofrenda a la mujer.
A todo el universo de la mujer. 
Me refiero a la mujer obrera, a la mujer maestra. 
A la que encorvada bajo el sol lava la ropa en el arroyo 
o la que lleva a su hijo de mochila mientras transporta el cesto de fruta en su cabeza. 
La que enfrenta al desnudo la cresta de la ola o la que sofisticada decora el salón con belleza de pavo real.
Ella ha significado el mayor estímulo en todas las batallas que he debido librar o las empresas que he acometido. Siempre pienso que sin mujer no hay creación.
Es la base de todos nuestros proyectos y de todo lo que hacemos. 
Por ella somos capaces de levantar una casa, emprender una aventura, pintar, componer, escribir o hacer una revolución.
Es la raíz de nuestras motivaciones, la salsa que condimenta con su belleza nuestra vida.

terça-feira, 1 de março de 2011

Mas é carnaval...


Na Bolivia, carnaval de 2008, cidade de Cochabamba. Já era quarta-feira de cinzas, mas a folia à boliviana continuava nas ruas, com quarteirões ou quadras fechadas, com patrocínio da Coca-Cola e não de uma cervejaria como acontece por aqui, estava eu a 2.800 metros de altitude para o ultimo dia do carnaval de la Concordia.

A primeira impressão é de que eu estava em uma cidade não histórica do interior de Minas ou em um bairro da região metropolitana de Belo Horizonte, barraquinhas mal diagramadas, pessoas com passos bem marcados no que seriam os blocos e chocalhos amarrados nas pernas, esses chocalhos determinavam o ritmo do carnaval por lá, o surdo daqui é o chocalho de lá.

Já estava acostumado com peculiaridades de carnaval, aliás, só existe peculiaridades no carnaval: Em Nova Lima se sujam de lama, Sobem em um caixão em Ouro Preto, Bonecos em Olinda, mas a idéia de Cochabamba não é nada agradável.

A cidade tem um clima entre 8°C a 15°C na parte da noite. Então qual é a grande solução para o carnaval? Jogar balões com água gelada uns nos outros. Eu não sabia da tal brincandeira e não consegui revidar ninguém, e claro que um mané com cara e jeito de turista era o principal alvo, viajando ha 5 dias sem dormir direito, com mochila nas costas e agora com direito a frio e roupa molhada.

Nem sempre o carnaval é acompanhado por boas recordações. Então caso esteja em Cochabamba no carnaval, o que é bem improvável, prepare seus balões e principalmente a capa de chuva.

P.S: A mesma sorte de 2009 este ano para o Acadêmicos do Salgueiro.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Luiza



Senta do meu lado Luiza
E anuncia o dia bom que vai nascer
Deixa os dedos dançando em minha nuca
Abra as janelas pro amanhecer

Trace pilares para sustentar
Nos seus braços meu corpo fraco
Que não sabe descançar

Deita do meu lado Luiza
E contagia meu espreguiçar
Apaga todas as partidas
E deixa o fim pra lá de lá

Trace pilares para sustentar
Nos seus braços meu corpo fraco
Que não sabe descançar

Olhe nos meu olhos Luiza
e alegra cada piscar
Vem com seu jeito, distraída
Que é pra eternizar