segunda-feira, 25 de abril de 2011

No tempo em que eu ia em Micareta


Recordando coisas de um tempo quase inimaginável (coisas da época do Tchaco Eu tô em cima, eu tô embaixo) e de quando eu queria ser como todo mundo.

Existe uma coisa péssima na cultura pré-adolescente de Belo Horizonte. Todo mundo sabe que por aqui não há praia, mas a gente, mineiro, esquece disso.

Então porque não recriar o ambiente dos mares nunca antes navegados por aqui? A idéia até não seria má se em Belo Horizonte não tentassem recriar o carnaval de Salvador. E não é pela rua como quase todo lugar do mundo faz, é no meio de um estádio mesmo. Você entra pensando num concerto de Rock e de repente "Levante as mãos pra cima, pros orixás..."

Lá pelos meus 14 anos resolvi encarar tal investida (Deus é prova que tentei mais duas vezes, mas não deu). O hoje Axé Brasil ainda era Axé Lider. Ainda não exista abadás. Fui com um amigo, o Kepler com o único objetivo de conseguir o máximo de meninas possíveis (imagino que as micaretas de hoje ainda seguem os mesmos padrões ou será que aquele povo realmente vai pra dançar a dança do vampiro ou coisa e tal?).

A gente ia até bem, até que no intervalo entre os shows, em conversa com duas meninas vem a história:

- Prazer André, prazer Kepler
-Oi André, oi, não entendi seu nome
- É Kepler.
-Como?
- KEPLER
- Desculpa tá barulho não tô ouvindo
- K-E-P-L-E-R
- (risos), desculpa realmente não tô conseguindo entender.
- Kepler mulher.
- Como?
- Meu nome é J-O-Ã-O, falou ele sem paciência
- Ah, acredita que eu tinha entendido Kepler!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Destinatário: Matheus e Monalisa


Faz um tempo, um grande amigo meu, viu sua primeira filhinha nascer e ficou bobo. Bobo, como um dos meus melhores amigos ficou ontem ao ouvir da sua "namorida" que dentro dela havia um pedaço dele.

Claro que nas duas situações imaginei como seria a minha reação.Escrevi o texto abaixo, que claro, desta vez dedico aos papais do ano Matheus Teixeira e Monalisa, a mulher que literalmente tem dois corações batendo no corpo.


Ponha um por-do-sol
atrás daquele horizonte
chame-me pra passear
pé ante pé sobre a ponte
de mãos dadas me deixa balançar

eu sou aquele que vem vindo
atrás do monte
rouja suja e flor na mão pra te entregar
olhe pra mim, deixa eu enxergar seu rosto
quero ser o primeiro a te observar

você no meu colo, segurança, um posto
continuidade de pele pra completar
Eu só preciso de um riso, um sorriso, um olhar
pra me deitar, para dormir bem
até a hora de você me acordar

com um choro, um resmungo meu nenem
nana, nana, nana nenem
papai tá aqui, nada te faz mal meu bem.