quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Nunca se bebe sozinho



Seis da tarde, o sol ainda batia sem nenhuma vontade de ir embora. Não, ele não esquentava. A casa não possuía energia elétrica, o vilarejo onde se encontrava estava distante 150km de alguma coisa, fosse pro leste, oeste, sul ou norte. Não estava perto de nada. A varanda era fechada e o vento que gritava no quintal não era convidativo a caminhadas ou a qualquer coisa que precisasse se mexer.

A adrenalina de lagoas a três mil metros de altitude e de beirar vulcões ainda permanecia. Três homens na mesa, olhando cada um para suas mãos, como se pensassem, o que fazer nesse raio de lugar. O resto do grupo já havia dissipado e tentavam de alguma maneira agarrar um fio de sono que fosse.

De repente, uma imagem milagrosa, em frente a casa existia mais um cômodo, servindo de venda (como se alguém ali além deles precisasse comprar alguma coisa). Estava quente mais existia cerveja para socialização no lugar. O único problema era aguentar uma caminhada de meio minuto a graus negativos.

Cada qual ainda olhava as mãos, mas agora devido a cerveja. Um brasileiro, um boliviano e um argentino. Quase que inconscientemente, os três repetem o mesmo gesto e derramam um gole do copo no chão. "A Pachamama", diz o boliviano, "para los que ya fuerón" o argentinos e ao santo, fala o brasileiro.

Os três se olham e um solta, "é, a gente nunca bebe sozinho".

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