terça-feira, 2 de abril de 2013

Um sorvete de Cairu, por favor



Como quem acerta de se encontrar na esquina, combinei de encontrar com um amigo no aeroporto de Belém do Pará. Ele saindo de São Paulo, eu de Belo Horizonte.

Ali seria a partida para se conhecer o norte do estado através dos rios Pará, Amazonas e Tapajós, as cidades ribeirinhas e suas ilhas.

Mas logo quando se chega na região mais úmida do país, sua vontade é de se"amazoniar", de se "paraear". Você marca no relógio sua primeira chuva, seca o primeiro copo de Cerpa, come seu primeiro peixe misturado com açaí e claro, procura uma sobremesa.

Com a pele literalmente pregando e um sol que não sai do meio dia, sua boca saliva por alguma coisa gelada após o almoço, algo gelado e doce. Claro, um sorvete.

E foi assim querendo o máximo do norte que escolhemos a sorveteria. Sabores de araçá, bacabá, bacuri, carimbó, cupuaçu, uxi, milho com tapioca e cairu. A dúvida era, qual desses tinha mais o gosto do norte, pelo sim e pelo não arriscou-se naquele que parecia ser a moda da casa e levava o mesmo nome do estabelecimento.

- Senhor, um sorvete de Cairu, por favor, esse branco aqui com vários riscos pretos.

Casquinha preparada e uma degustação que lembrava a dos melhores vinhos. Pela curvatura que a boca fazia e a cerrada dos olhos, dava pra ver que o garoto se deliciava com o sorvete derretendo pelos quatro cantos da língua.

- Velho, é um sabor leve, tipo sorvete nosso mesmo, tranquilo de tomar.
- Senhor, vem cá, cairu é o que? Uma fruta da região, uma mistura?
- Olha, Cairu.. Cairu é flocos, menino!

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